12 de nov. de 2011

Vida Nova



Acordo confuso, sem a mínima noção do que aconteceu. Passo as mãos pelo rosto, como quem busca respostas nas profundezas da mente. Olho para o outro lado da cama, um bilhete posto sobre o lençol serve de prenúncio, já vi muitos como este outrora. Estico o braço, agarro o bilhete e abro: 'Amei esta noite, me liga assim que puder'. Não pude deixar de reparar na letra horrorosa e ridícula em que alguém escreveu o recado. Sim, alguém, não sabia quem o tinha escrito. Na realidade não sabia o nome de quem escreveu, mas ao reler o bilhete, facilmente chego à conclusão de que mais uma noite agitada passou pelo meu quarto. Sim, mais uma daquelas noites em que sinto nojo do meu próprio corpo, mas quero continuar assim. Sei perfeitamente os acontecimentos que antecederam a este momento atual. Entrei num bar, avistei um corpo com formas avantajadas e fiquei rendido. Puxei conversa, ganhei confiança e dei o bote. A gente bebeu até cair na minha cama e os nossos corpos ficarem nus. Sempre assim, nenhuma novidade, nenhum esforço. A normalidade de uma vida fracassada. A minha vida oscila entre a malícia e a inocência. Entre rostos sem nome, aventuras de uma noite com pessoas que não significam nada para mim. Tudo por interesse, tudo frio, tudo contraditório ao que fui.

Levanto mas permaneço sentado na beirada da cama. Estou um pouco tonto, a minha cabeça gira cruelmente, uma fraca dor de cabeça começa a martelar na testa. Enfim, marcas de uma ressaca.

Fico de joelhos e olho para debaixo da cama. Agarro o retrato e o trago para cima. O mesmo retrato que escondo todas as noites debaixo da cama. O mesmo retrato que só uma ainda descobriu, ficando durante segundos a admirar uma felicidade não fingida. Como se não acreditasse que era eu, recém-casado e com um sorriso de orelha a orelha. Abraçado com quem eu acreditava ser a mulher dos meus sonhos. Mas na realidade, foi a mulher dos meus piores pesadelos. Eu já fui outro em tempos remotos. Vivi outra vida, vivia para uma mulher. Agora vivo para mim, para mulheres. Esta nova vida, vivo por puro deleite. Não acredito mais nas mulheres, não acredito na mulher perfeita nem tampouco na princesa eleita. Desisti de tentar entender o motivo pelo qual vi minha esposa na cama com outro. Sim, fui traído. Mesmo doando o melhor de mim, em troca recebo o pior dela. Na nossa cama, com mãos estranhas a percorrerem seu corpo. Desde essa desgraça eu mudei. Talvez não para uma vida melhor, mas para uma vida mais fácil. Sem sentimentos em jogo, sem despertar a dor. Apenas com dois corpos desconhecidos, livres e perdidos no mundo.

Fico olhando o retrato, ela era realmente linda! Exalava sua beleza em toda a sua plenitude, dava vida e brilho a um retrato morto. Eu nunca pensei que pudesse ser traído por ela, eu apostei minha vida nela, eu fui derrotado. Porém, nos dias de hoje, ela não significa nada para além da insignificância. Pelo menos é o que eu quero admitir.

Subitamente, com a força da raiva que acumulei durante os últimos anos, lanço o quadro contra a parede do quarto. Vidros voam e se dispersam, o quadro é destruído, a fotografia cai no chão. Dou uns passos e agarro a fotografia. Então lentamente a desfaço em pedaços. Sinto prazer em ver seu rosto sendo desfigurado em cada pedaço que desfaço. Por fim, jogo as partículas no lixo. Não quero mais vestígios dela na minha casa. Hora de limpezas.

Bruno G. Weldt

 

20 de out. de 2011

Partida



Caminho pela praia, com a areia quente a deslizar sobre os meus pés. Só aqui encontro o que procuro: paz para poder refletir. Caminho para o mesmo lugar de sempre, ele está vazio, parece que só eu quero quietação por aqui. Paro, perco o olhar no horizonte, respiro como se fosse a última vez e sento. Sento no mesmo lugar em que avistei Sarah pela primeira vez.

Mas ela partiu, fazendo com que o meu coração fique feito em pedaços. Pedaços de dor, de lágrimas, de sorrisos. O meu coração está cativo, humilhado, mas fiel. Eu preciso do teu olhar para me levar além. Eu preciso da tua boca para saciar o meu desejo. Preciso ouvir a tua voz inconfundível, para descansar como criança.

As lágrimas descem pelo meu rosto e são devoradas pela areia. No horizonte, um pequeno barco navega lentamente, uma insignificância no meio da imensidão.

Você nunca irá saber que estive por aqui, no local do nosso primeiro encontro. Você nunca saberá que neste momento choro intensamente pela tua partida. Assim como nunca compreenderá, que quando desapareceu naquele avião, o meu coração ficou sobre as tuas roupas, fechado naquela maldita mala.

Bruno G. Weldt 

5 de out. de 2011

Anseio Da Alma



Desejo o teu olhar suspenso sobre a minha vida. Desejo aquele sorriso que arrebatou o meu coração. As tuas mãos suaves a pousar sobre as minhas. Desejo o calor do amor que um dia nos uniu, para aconchegar a minha alma. Desejo aquelas palavras de consolo, que atravessavam o meu peito e habitavam o meu coração. Desejo sentir o coração dançar ao som das batidas do teu coração. A tua vida e a minha são uma só, destinadas para sempre à felicidade. Só resta acreditar que o amor que um dia nos uniu, volte a nos reunir.

Bruno G. Weldt

26 de set. de 2011

Infância



Sinto saudades dos tempos da inocência. Onde tudo era mais fácil, mais alheio. Nada mais importava a não serem meus carrinhos, meus brinquedos. Sinto saudades dos passos inseguros, enquanto caminhava e minha mãe me segurava pelos braços. Das caretas do meu pai que me deixavam deslumbrado, rindo com toda a força e contagiando quem estivesse ao redor. Saudades dos abraços, sem serem exigidos.

Mundo puro, coração protegido pelo amor dos progenitores. O sol parecia estranhamente mais brilhante, os pássaros mais fascinantes. Tudo parecia girar ao meu redor, tudo parecia estar ao meu favor. Tudo era diversão, nada era dor.

Bruno G. Weldt

25 de set. de 2011

A Carta



25 de setembro de 2011

Meu amor, eu espero que esteja tudo bem contigo e com os nossos filhos. Por aqui está tudo controlado. Aquieta o teu coração, estou bem, estou vivo. Bem, eu tinha prometido que assim que pudesse iria escrever esta carta. As comunicações aqui como já haviam previsto, são nulas. Ninguém se comunica, sendo que o único meio é este. Sempre que puder, responderei a todas as cartas que receber tuas.
A guerra está controlada, contrariando todas as minhas expectativas. Tudo parece estar ao nosso favor, o que poderá indicar que voltarei mais cedo para os teus braços. Não tenho nenhum ferimento, estou o mesmo desde quando cheguei, assim espero continuar.
As saudades já apertam no peito meu amor, fazendo com que as lágrimas rolem no meu rosto cansado. Já chorei algumas noites a olhar a tua foto. Nunca fiquei tanto tempo longe de você, já faz dois meses que aqui estou. Longe de tudo e de todos, longe dos teus olhos que eram como um porto seguro para mim. Mas tudo isto vejo pelo lado positivo, para mim é uma confirmação do amor que sinto. Significa que quero estar ao teu lado, que sinto a tua falta, que anseio pelo dia em que os nossos lábios se voltem encontrar. Estes dois meses revelaram que é contigo que quero envelhecer, você é a minha vida. Podem ser palavras bastante usadas no universo, as mesmas palavras de sempre. Mas é a verdade, é o que sinto. Eu sou louco por você, completamente louco. O meu coração está nas tuas mãos, será que consegue o sentir pulsar? Você o ouve chamando pelo teu nome? Ele só sobrevive nas tuas mãos.
Claro está, tenho enormes saudades dos nossos filhos. Eles devem chorar bastante não? São crianças, não entendem as obrigações. Saudades da Sarah, do seu perfume tão suave e doce. O Matheus deitado na cama, dormindo profundamente. Mas enfim amor, como disse, são obrigações. Tenho que defender a minha pátria. Mas não é o fim, apenas um até já. Acredito que voltarei mais rápido do que calculei. Eu estou vivo, não morri.
Vou ficando por aqui princesa, dona do meu coração, sou apaixonado por você. Assim como também amo incondicionalmente os nossos filhos. Mil beijos para você e para eles amor. Saudades.
                                                                                                     
                                                            Do teu eterno amante.


Bruno G. Weldt

14 de set. de 2011

Comparações



Vezes sem conta ficava na janela do meu quarto a contemplar o céu infinito que se estendia sobre mim. Apreciava um bando de pássaros que atravessava o céu, indo para lugar algum. O canto dos pássaros que inundava os meus ouvidos. O sol que caminhava vagarosamente para ser observado pelos olhos da humanidade. As gotas de orvalho sobre as plantas, as borboletas voando dispersas por todos os cantos. Na rua, os humanos em conversas indiscretas (outras vezes não), lutavam para garantir o pão na mesa. As crianças a caminho da escola gritavam e pulavam, não sei se de felicidade ou por desespero.

São lembranças que guardo comigo desde sempre. Na minha infância abundam momentos assim. Talvez sejam as recordações mais cravadas em mim, mais próximas. Recordações que quero transmitir para os meus filhos. Dias felizes, alheio a tudo e a todos ao meu redor. Dias felizes de coração intocável.

Agora, nos dias atuais, não dou mais tanto valor a esses momentos. Por quê fiquei apaixonado e levaram o meu coração. Por quê olho para o céu, para as aves e nada chega aos teus pés. Por quê nada mais faz sentido, tudo é insignificante comparado contigo. Contemplar o céu? Os traços do teu rosto são muito mais delicados e perfeitos. Os cantos dos pássaros não se comparam à tua voz que embala o meu coração. As aves que cruzam o céu, não se comparam ao dia em que ambos os corações se cruzaram. Mas assim como as crianças vão e voltam, você foi e não voltou.

Bruno G. Weldt

1 de set. de 2011

Dom ou Engano



Escrevo para alguém ou para ninguém. Escrevo por que guardo palavras, não liberto elas de forma vã. Desabafo para uma folha em branco, todos os meus sonhos, tudo o que sou e tudo o que não sou. Escrevo palavras sofridas, carregadas de dor, de felicidade. Conto histórias verdadeiras ou falsas, acreditando nelas ou não. Eu e a imaginação, eu e um papel inofensivo, eu e a solidão. Assim escrevo por prazer, por necessidade, talvez por dom ou por engano.

Bruno G. Weldt


  



Vida Do Avesso



É  verdade, já passou um ano. Um ano se foi desde que deixei para trás o solo amado. Ainda consigo, se fechar os olhos, rever todos os últimos momentos. Sem nenhum tipo de esforço, tudo sai sem teimosias. Se permanecer imóvel durante segundos, viajo pelo passado, sentindo ainda a dor que sentia quando tudo parecia não ter volta. Creio ainda mais que a vida voa e não espera por seus donos.

Mas aqui estou eu, incrédulo, mas com um sorriso na face. Simplesmente o pior momento passou, levando com ele o fardo que eu carregava nos ombros. Simplesmente sobrevivi, quando na verdade pensava que iria padecer. Vivendo e aprendendo com a escola da vida.

Hoje vivo uma vida que nunca pensei viver. Vivo a vida de forma amena, não muito feliz, tampouco melancólico, habituado apenas. Habituado a viver conforme posso, conforme o que tenho para viver. Habituado  a ficar em frente ao computador, falando com as pessoas que já não vejo diante de mim. Apenas habituado.

Bruno G. Weldt



 

28 de ago. de 2011

11 de ago. de 2011

Clichê



Era madrugada, Rodrigo estava deitado na cama, em mais uma noite agitada. Não conseguia dormir, dava voltas na cama, perdido em recordações. Lá fora a chuva caía, era inverno e estava um frio arrasador. Este mês na verdade, foram passados assim. A chuva era a sua fiel testemunha, só ela testemunhava a dor, contava as lágrimas. Tentava ser forte entre os amigos, mas eles sabiam que era só ilusão. O verdadeiro Rodrigo brincava, ria, fazia rir. O Rodrigo dos últimos meses era melancólico, com o sorriso forçado, pensativo na maior parte do dia. Os amigos mais próximos conheciam Rodrigo mais do que porventura ele imaginava. Mas ele tentava, tentava disfarçar e se convencia que disfarçava. Dizia que estava cansado, nada mais. Os amigos por vezes zombavam com ele, diziam que ele deveria tirar umas férias.

A dor apertava no peito e as lágrimas cobriam o sono. Os fantasmas da noite sempre surgiam cruéis e devastadores, roubando a noite e a vida. Toda a noite sentia fraqueza, sentia as forças escorrerem do seu corpo e não havia solução a não ser se entregar. Mergulhava em um mar de recordações, ficava suspenso no tempo, relembrava de todos os momentos com ela. Momentos compartilhados com alguém que tanto o conhecia e pensava ele, tanto o amava.

Iria fazer dois meses após a partida de Sarah. O dia sete de julho frequentava permanentemente em seu pensamento, relembrando constantemente o dia em que Sarah bateu a porta atrás de si. Sarah saiu da sua vida sem uma razão concreta, sem um aviso prévio. Apenas disse que estava cansada da rotina, enquanto ele ficava perplexo ao ver a porta sendo fechada. As últimas palavras martelavam em seu pensamento. Cansada da rotina? Eles debatiam este assunto quase diariamente. Mas nenhum debate deu resultado, Sarah simplesmente cansou.

Rodrigo era um dos advogados mais conceituados da sua região. Ele sabia que tinha uma imagem a manter perante a sociedade, não podia admitir falhas. Tinha muito trabalho, muitas causas a defender, muitos papéis a rever. Por vezes chegava em casa e nem jantava, apenas beijava a sua mulher como um gesto de rotina, dizia boa noite amor e mais nada. Perdia horas em frente aos papéis, à procura do melhor para os seus clientes. Quando acabava tudo, Sarah já estava dormindo. Nesse momento beijava o seu rosto e acariciava os seus cabelos, nada além.

Ao rever os acontecimentos, Sarah já dava indícios de tristeza pela casa. Por vezes quando ia à cozinha para buscar um copo com água, Sarah parecia estar chorando e disfarçava. Quando Rodrigo perguntava o que tinha acontecido, Sarah omitia dizendo que tinha saudades da mãe, que morrera dois anos atrás. Como consolo, ele apenas beijava o rosto de Sarah e dizia que logo passaria. Mas ela queria mais, precisava de mais, de carinho. Todas as partículas formavam um sentido único, ela cansou e ele acompanhou a sua dor, sem fazer nada. Que idiota que foi!

Sarah fazia da sua vida uma melodia suave, do seu olhar como estrelas suspensas no céu. Agora sabia que ela fazia falta, não se diz que é quando se perde que damos valor?

Rodrigo se lembrava de todos os pormenores, do dia em que ambos os olhares se cruzaram pela primeira vez e o milagre do amor nasceu. O primeiro beijo debaixo de um manto escuro estrelado que confirmava o amor mútuo. A primeira roupa que Sarah vestiu em um dos seus muitos encontros. Mas as recordações que se mantinham mais acesas eram as mais vulgares, os pequenos gestos do quotidiano: Sarah ao acordar de um sono profundo de criança; Sarah a pentear os seus exímios cabelos em frente ao espelho; bailando pela casa com um sorriso perfeito; a sua voz ofegante, depois de uma noite de amor intenso.

Percebia que agora a casa estava vazia, sem os movimentos do seu corpo, sem a sua voz melódica. Agora vivia sozinho, vivia a vida como nunca tinha imaginado viver. Sempre sonhou construir uma família, ter pelo menos três filhos. Sonhava em ter a casa cheia de harmonia, amor, sonhos. Sonhava com o som do choro dos filhos a soar pela casa. Tudo desabou. Conhece essa história?

Bruno G. Weldt

Irreconciliável



Eu reconheço os meus erros, eu assumo as minhas falhas. Sei que te traí, mas eu ainda te amo. Você ainda é a protagonista dos meus sonhos. Ainda perco o sono nas madrugadas, choro intensamente pela ausência do teu corpo na minha cama. Mas eu sei, não demonstrei nada disso enquanto estive contigo. Fui um idiota por ter me deixado levar pela carne, acabei na cama com out nutre por mim, porque eu sei que ainda me ama. Sim, eu sei, porque eu ainda sinto o teu ciúme, o teu olhar não nega o amor que você teima em negar. Sendo assim, vamos tentar, só mais uma chance e eu vou provar que os homens não são todos iguais. Eu estou arrependido, a traição não significou nada, apenas um momento de fraqueza. Eu sou feito de carne e a carne é fraca! Por favor, desculpa a minha idiotice. Volta para os meus braços, tira este fardo dos meus ombros.ra. Eu sei que neste momento sente raiva de mim e com toda a razão. Só resta pedir desculpas e eu peço. Peço que se esqueça do que passou e volte para mim. Por favor, sei que não é fácil, mas tenta. Tenta pelo amor que ainda

Sim, você foi um completo idiota. Sim, você tem razão quando diz que ainda te amo, um amor não se esquece do dia para a noite. Mas você foi uma desilusão, passei o pior momento da minha vida ao teu lado, quando na verdade era para passar os melhores. O amor é confiança, eu já não confio em você. Como saberei se não haverá outra traição? Estou insegura, não sei se aguentarei outra dor parecida. O que eu fiz para merecer tamanha dor? Fiz algo de errado? Não, penso que não, não merecia. Eu sempre fiquei do teu lado, fui fiel, fui além de uma mera namorada. A tua recompensa é esta: a infidelidade. A mulher sempre descobre ou desconfia de uma traição meu bem, esse foi o seu erro, acreditou demais. Verdade seja dita, assumiu, mas e daí. A traída fui eu. Arrependimento? Arrependimento eu tenho por amar uma pessoa que não é digna de ser amada. Estou sendo malvada? Desculpa, você acertou quando disse que estou com raiva de você. Não te quero ver mais, simples assim. Não quero mais olhar para seu rosto sujo. Só peço que tenha a chance de provar a dor que estou sentindo. Quero que ainda sinta o que hoje estou sentindo. Mas não tenha pena de mim, um dia o sol brilhará.

Bruno G. Weldt



24 de jul. de 2011

Dia Fatídico



Como esse fatídico dia ainda penetra no meu pensamento, como se fosse ontem, mas já faz um mês. Foi o pior dia da minha vida, a partir daquele dia eu mudei. Mudei com as pessoas, agora vivo numa fortaleza que eu próprio criei no meu coração. Sou bruto em algumas respostas, perco a paciência facilmente. Por conta disso já perdi amigos que se cansaram de mim. Mas eles nada sabem, nada viveram.

Foi num dia normal de trabalho, voltando para casa. Entro e vejo que algo está errado. Nesse dia você não esperava por mim em frente à porta, contrariando o costume.  A casa parecia vazia, sem movimentos, sem som. Chamo pelo teu nome e de resposta tenho só um gemido. Caminho pela casa hesitante, com receio do que pudesse estar acontecendo. Os gemidos eram mais fortes e constantes na medida em que ia me aproximando. Quando chego à cozinha, perco o chão. Uma dor insuportável trespassa o coração e eu sinto náuseas. Você estava caída no centro da cozinha, com as roupas manchadas de sangue. Suas mãos sangrentas pressionavam uma ferida no ventre. Por impulso corro até ao teu corpo, ponho a tua cabeça sobre as minhas pernas, os teus olhos cheios de dor chocam com os meus cheios de medo. Pergunto o que aconteceu, mas tua voz sai inaudível, dominada pela dor. Rapidamente, com as lágrimas a distorcerem os números, luto para chamar a ambulância. Infelizmente não haveria tempo.

Então você morre nos meus braços e a tua vida é reclamada aos vinte e quatro anos. Os teus sonhos interrompidos precocemente, justo você, que levava no olhar toda a inocência do mundo. Eu gritava pelo teu nome, implorava, talvez com a esperança de que tudo não passasse de um pesadelo, mas nada mais adiantaria. Com as mãos trêmulas, fecho os teus olhos. Uma lágrima rola pelo meu rosto e cai na tua face, descendo até tocar os teus lábios. Só restava chorar e eu chorei, abraçado ao teu corpo morto, envolvendo o meu corpo no teu sangue, no meu sangue.

Nesse dia senti fracasso, dor, pânico. Ninguém sabe a dor que eu senti, nem o cenário horripilante, surreal que vi. Eu vi morrer em meus braços, a pessoa que mais amava. Eu vi, bem ali, diante de mim e nada pude fazer. A dor é como facadas que despedaça o coração, na verdade todo o corpo, restando apenas lágrimas para se chorar. O corpo fica paralisado, os movimentos se tornam dolorosos. Não se pensa, flutua. Não é real, é um filme de terror. Mergulhamos num abismo sem fim. Tudo à nossa volta parece morto, sem cor. Tudo à nossa volta é escuridão e sangue. 

Saber que toquei no teu corpo pela última vez me desespera. Nunca mais vou contemplar a tua beleza enquanto você dorme. Nunca mais vou presenciar as tuas teimosias, os momentos em que se sentia contrariada e fazia beicinho. Quando você colocava a cabeça nas minhas pernas para descansar e ficava pensativa. De nada vou me esquecer, você será eterna, assim como o nosso amor.


Bruno G. Weldt




22 de jul. de 2011

Talvez Um Dia



Ele estava de frente para o lago, com as mãos segurando a anca, os pés martelando o chão sujo. Postura perfeita para quem quer soltar uma bomba. O seu ar era um misto de preocupação e dor, Sarah entendeu isso.

- Oi. Tudo bem? Notei preocupação na tua voz quando me ligou – Sarah se junta a Matheus, os olhares se cruzam, envolto de tanto mistério.

Sarah, desculpa. Eu preciso te dizer uma coisa. Eu vou ser rápido, isso ta me doendo também – o seu olhar de aflição, fazem as pernas de Sarah tremerem. Em segundos as peças começam a se encaixar na cabeça dela. O mundo de Sarah desaba, as lágrimas cobrem o seu rosto e borram a maquiagem. Com as pernas fracas ela se senta no banco do parque. O dia estava propício para uma despedida. O céu nublado cobria todo o manto sobre eles. Algo estava errado, o aperto no peito que sentiu com a ligação de Matheus, era o prenuncio desastroso do final da tarde.

Desculpa, mas eu já não gosto de você. Desculpa, eu quero por um ponto final na relação. Não posso mais omitir o que está estampado no olhar. Eu já não penso em você, estou apaixonado por outra. Por favor, entenda, sei que é difícil, mas estou sendo sincero - declarou Matheus buscando forças em lado algum para não fracassar.

- Eu sabia, eu sabia. Tudo mudou, eu sentia o teu desinteresse, você estava frio. Eu falava tantas coisas e nem uma você ouvia. No fundo eu sabia que algo estava errado, apenas não queria ter certeza. Mas agora tudo faz sentido. A tua voz não era a mesma, os teus beijos sem sentimento, o teu toque desleixado. Você pensava em outra quando estava comigo? – as mãos de Sarah ficam suadas, a sua cabeça começa a dar voltas, o passado não muito distante surge em meio às lágrimas choradas.

Por isso mesmo, não podia mentir. Você não merece ser enganada. Apenas fui sincero e juro, eu também estou péssimo Sarah. Não queria que nada disso estivesse acontecendo. Mas são loucuras do coração – desabafou, assentando-se junto de Sarah.

Amanhã essa tua dor passa. E eu? Como fico? Sofrendo por alguém que pensa em outra! – os seus olhos não largam os de Matheus.

Por favor, entenda. Você é linda e o tempo sara tudo. Irá encontrar alguém que te faça feliz. Que estará ao teu lado nas horas difíceis, que te ame mais do que qualquer outro, que não seja otário como eu – Matheus se ajoelha e com um gesto delicado, limpa as lágrimas do rosto borrado de Sarah.

Sarah amava Matheus, até mais do que a si mesma. Naquele momento, com as mãos dele enxugando suas lágrimas, sentiu vontade de se jogar em seus braços e se entregar novamente. Tocar nos seus lábios pela última vez. Talvez com um beijo, ele poderia despertar novamente para o amor, como uma carta tirada da manga. Poderia reacender novamente com um beijo apenas, como se o amor que sentisse por ele fosse transmissível. Mas hesitou, não podia, não queria. Não queria demonstrar fraqueza, era uma questão de orgulho! Com um movimento brusco, Sarah afasta as mãos de Matheus do seu rosto e quebra o silêncio.

Eu vivo o presente, eu vivo o agora e agora sei que te amo. Eu sei que esta dor no peito não é vã. Esta dor é por que te amo como jamais imaginei ser possível. Será que você não consegue decifrar o que o meu olhar diz? – sua voz saía aos berros, parecia não se importar com os rostos alheios que a fitavam pelo parque. Não chorava mais, a raiva tomou conta do seu corpo.

- Sarah se controla, por favor, estão todos olhando pra gente!

Eu quero que eles se explodam! Ninguém conhece as minhas dores! Some daqui, por favor, desaparece da minha vida – tentando continuar forte, Sarah se levanta e de costas para Matheus, perde o olhar no céu preenchido pelo som da trovoada que se aproximava.

Tudo bem. Mas você sabe que eu não acredito no acaso, o que tem que acontecer, acontece. Isso tinha que ser assim, será que a culpa é minha? – interrogou Matheus.

A culpada sou eu por te amar tanto. Por calcular que a relação estava fria e não ter feito nada. Agora, por favor, esquece tudo, não te quero ver mais – Sarah caminha perdida com passos inseguros.

Espera, espera, por favor – Matheus puxa o braço de Sarah e a traz para junto do seu corpo, segura o seu rosto com ambas as mãos. Neste instante, um estrondo surge no céu e a chuva cai.

Me solta! O que você quer mais? Continuar o massacre? Eu não tenho armas para lutar, você venceu – era inevitável controlar as lágrimas que inundam seus olhos, então Sarah chora, agora nada mais importa. Que olhem a relação findada. Nada mais interessa. Que julguem quem foi o errado, que tenham pena. Irão restar as lembranças que nenhum conhece, os sorrisos que nenhum deu, a felicidade que ninguém teve a chance de observar.

Alguma vez te vou ver de novo? Responde – perguntou com lábios molhados.

- Isso interessa? Acho que não. Não é a mim que você ama – entre lágrimas e soluços se sentia derrotada. A voz de Matheus tão perto e ao mesmo tempo tão distante. O seu corpo, o seu cheiro. Tudo isso castigava mais e mais o coração de Sarah.

Responde somente.

Quando eu conseguir te olhar sem te desejar, sem desejar tua boca. Quem sabe quando meu coração se soltar do teu. Talvez quando deixar de pensar em você, se isso for possível. Quem sabe um dia. Agora me deixe ir, não dificulte – pediu exausta.

Tudo bem. Felicidades - disse sinceramente num sussurro.

Então Sarah parte, sem coração, sem olhar para trás. Sente seu corpo fraco, as pernas cambalearem, sente frio. Caminha molhada, molhada de lágrimas que se misturam com a chuva que cai. Tudo parece irreal e assim se deixa levar. Para trás 
ficou um amor, sete meses, ficaram promessas, ficou uma vida.

Bruno G. Weldt






























  



21 de jul. de 2011

Citações



Tinha a aparência tão jovem, parecia que nada naquele corpo tinha sido desgastado pelo resultado do tempo.

Bruno G. Weldt

20 de jul. de 2011

Desencontros



Quem de nós se atreve a revelar os mistérios ocultos da vida? Quem navegará por mares nunca antes navegados? Caminhos inesperados que nos levam à descoberta, às juras que juramos eternas e acabam desgastadas pela erosão do tempo. Juras feitas no calor da paixão ou até mesmo em um mero gesto de amizade. Palavras doces de se ouvir, embora fáceis de falar! Mal sabemos nós que a vida tem os seus próprios contornos incontornáveis, que não dependem da vontade humana. 
Me encontro deitado na cama, é madrugada e o meu pensamento flutua por passados longínquos, felicidades compartilhadas com pessoas que hoje são recordações. Não estou triste, apenas caí na armadilha da mente humana que me faz recuar no tempo, relembrando momentos de alegria ou tristeza.

Certa vez conheci uma moça chamada Luísa, não muito linda, mas com um toque especial. Foi o primeiro e último dia que a vi. Nunca mais contemplei seu rosto, mas me lembro dela ainda hoje. Um dia bastou para ser lembrada por uma vida. Então desapareceu, como num toque de mágica, como um foguete lançado ao céu. Trilhou outros caminhos, sonhou outros sonhos, quem sabe encontrou o amor.

Susana. Linda ao ponto de ser invejada, loira atraente. Melhor amiga, melhores momentos, segredos confiados, amizade julgada eterna e desgastada pelo tempo. As fortalezas do meu coração se derribaram, eu me deixava levar a cada palavra sua. O amor aconteceu. Eu aproveitava cada momento para me declarar, mas nada aconteceu. Ela me considerava amigo, nada mais, o melhor amigo. Então aos poucos, tudo foi desabando. As conversas que antes duravam horas, passaram a ser curtas e sem interesse. Conversas rápidas, sem futuro, como uma doença em fase terminal. Mais tarde perdemos contato e só consegui saber que estava namorando. Já passaram dez anos, nunca mais soube nada dela. Qual será a sua profissão? Casou e teve filhos ou casou e se separou? Estará viva ou morta? Queria saber se ela se lembra de mim, como eu me lembro agora. Deitada na cama, juntando as peças até formar um passado nítido, então me ver nos momentos que nem o tempo poderá apagar.

Também já fiz promessas e não cumpri, não por desinteresse, mas pelo resultado do tempo. Já pensei que tinha encontrado a mulher da minha vida, mas tudo acabou. Já disse que amaria para sempre, mas o coração contrariou. Por vezes as promessas não dependem de mim. Não sou super herói, sou humano. Por outro lado, do que seria o amor sem promessas? O amor por si só já é uma promessa.

Bruno G. Weldt      

Vida Inesperada



Por vezes fico deitado na cama, perdido em pensamentos, relembrando momentos de glória, ou não. Como a vida é tão inesperada! Os seus caminhos estão longe de serem iguais aos traçados por mim. Não imaginava cair onde caí, nem sorrir onde sorri. Não imaginava que iria chorar tanto, molhar tanto os caminhos inesperados da vida. Quando menos se espera, somos assaltados e nos levam os tesouros mais valiosos. Ninguém traça um caminho para percorrer. A vida sempre nos surpreende.

Bruno G. Weldt


18 de jul. de 2011

Distância



Não faço outra coisa a não ser pensar em você. O dia, o tempo todo. Ainda sinto o teu perfume, ainda vejo a tua imagem perante mim. Parece tudo tão real!

O que você estará fazendo neste preciso momento amor? Pensando em mim? Vagando pela casa perdida em lágrimas? Como queria saber, como queria estar ao teu lado neste momento.

Não chore, apenas dez horas nos separam, apenas um oceano se impôs entre nós. Não chore, quem ama acredita e preserva a esperança. A nossa história não vai morrer, apenas adormecer.

Bruno G. Weldt

16 de jul. de 2011

Só Mais Uma Chance



Eu pensava que tinha te esquecido, ou pelo menos tentava. A minha vida tinha recomeçado, os meus sonhos começaram a ter sentido, os dias não eram mais passados com o teu retrato contra o meu peito. As lágrimas não caíam mais, as lembranças eram apenas finas camadas de pó sobre um passado longínquo. Por vezes ainda pensava em você, porém a dor já não era tão esmagadora. Parecia que o coração já se tinha acostumado à condenação.

Mas você reapareceu na minha vida, do nada, de lado algum. Voltou mais linda do que nunca, mas não voltou só. Trouxe a minha tristeza juntamente contigo, a dor que eu jurava ter superado castiga o meu coração. O meu mundo desaba assim que os meus olhos chocam com os teus. O amor que eu pensava ter dominado renasce do pó. As lembranças, os beijos, os momentos em que as nossas mãos ficam entrelaçadas uma na outra, a despedida, tornam a reaparecer na minha vida. Tudo volta a não fazer sentido. Sinto raiva de mim mesmo, por ser fraco e não aguentar um fardo de quatro letras! Sinto medo, tristeza, um turbilhão de sentimentos e emoções incontroláveis. E por um momento apenas, tão rápido quanto um raio, soube que ainda gostava de você. Soube que minha vida sem você não é nada, apenas mais uma entre tantas outras. Os meus sonhos só serão possíveis contigo ao meu lado, com a tua força que faz eu voar e alcançar o céu. Eu sei, você é a mulher da minha vida, eu sinto. É contigo que quero envelhecer, é por você que respiro.


Era tudo ilusão, o meu amor por você tinha apenas adormecido, mas acordou assim que o coração reconheceu quem um dia o abandonou.


Bruno G. Weldt    


12 de jul. de 2011

Consumado



Estou sentado na cama chorando inconsoladamente. Choro como um ser perdido, rejeitado por todos. Pareço uma criança procurando respostas para os seus porquês. Mas será que ninguém pode me consolar? Será que alguém pode ouvir as minhas perguntas?

Dos meus olhos jorram cascatas amargas, o meu coração sangra perdidamente, a mente vagueia por abismos recônditos. Abismos solitários, assombrados pelo fantasma do destino. Destino frio, cruel, que maquina a passos lentos para consumir a minha alma, a vontade de viver.

Eu vejo tudo desabando, os sonhos a escaparem por entre os dedos, as minhas forças a derreterem e à minha volta, nada sustém as minhas esperanças. Reclamam de mim o tesouro mais valioso, o meu ar, o meu sangue. Eu apenas me limito a sofrer, nada mais poderei fazer a não ser chorar. Chorar pelos nossos meses juntos, pelos beijos que não demos por conta de birras idiotas. Por todos os momentos que eternizaram um amor roubado. E assim eu parto, rumo a um futuro que temo. Sozinho, esquecido nas lembranças de qualquer um. Obrigado por tudo, por me fazer te amar, por me aceitar.  

Bruno G. Weldt

8 de jul. de 2011

Amor Eterno



Haverá maior amor que o teu pai? E do que o teu mãe? Existe algum outro sentimento tão transparente? Eu desconheço.

Presença incessante, imagem imortal de século em século. Olhar sempre atento aos meus passos. Quando caio nas armadilhas da vida, os teus braços ficam estendidos para me socorrer. Palavras como as tuas que nos conforta o coração jamais existiu. Abraço como o teu não existe, tão sincero, tão seguro. As minhas qualidades são exaltadas, os meus defeitos omitidos. Confiança inabalável, os teus olhos estão sempre em mim. Sou perfeito e forte, sem falhas, sem fraquezas. Para você, serei sempre uma criança.

Bruno G. Weldt

Meu Tormento



Quando você morreu, não foi sozinha, levou a minha vida juntamente com a sua. Os meus sonhos, desejos, foram contigo para a eternidade. Eu não vivo mais, eu parei no tempo, eu morri contigo.

Ando pela casa perdido em pensamentos de minha amada. Sem a tua presença a casa é vazia. Estou sem rumo, sem fome, sem forças para continuar caminhando nessa estrada escura que me consome. Todas as partes da casa ficaram com pedaços teus e eu te vejo em todos eles. Na sala estão os nossos retratos, da lua-de-mel, de passeios que fizemos quando ainda não éramos casados, por vezes eu os aperto contra o peito. O coração parecendo saber quem está na fotografia, acelera sem parar. Você estava linda princesa, em todas as fotos. Os teus olhos azuis cristalinos, o teu cabelo loiro que bailava com a brisa do mar, o teu sorriso cativante.

As lágrimas cobrem todo o meu rosto, a dor sufoca o grito de revolta dentro de mim. Eu choro como criança que procura abrigo em braços desconhecidos. Eu choro por você que se foi tão jovem, pelo nosso amor reclamado injustamente.

No nosso quarto estão todas as tuas vestes, desde quando você se foi em nada foi mexido. As tuas roupas exalam o teu aroma, tão suave, tão jovem, tão inesquecível. Eu não sou capaz de tirar elas dali, elas pertencem àquele espaço, ao teu espaço, eu respeito.

Eu sei que você está aí em cima, no manto que se estende sobre mim, a vigiar todos os meus passos e me protegendo dos fantasmas da noite. Eu sei que me ouve quando chamo pelo teu nome em casa, de resposta só tenho o eco da minha voz. No fundo eu sei, que as minhas lágrimas simbolizam o amor eterno que sempre prometi.

Por agora continuo te procurando pela casa, lavado em lágrimas, esperando ver o corpo que foi meu tantas vezes desfilando pelo piso frio. Como queria estar dormindo um sono agitado, profundo, e quando acordasse tudo não passasse de um pesadelo.

Bruno G. Weldt

7 de jul. de 2011

Citações



Os vestígios ficam, não se pode negar. Algumas marcas, o tempo não apaga.

Bruno G. Weldt

Amor Destinado



Não existirá vento capaz de arrastar um amor destinado a dois corações amantes. Não existe areia suficiente na face do mundo, que cubra a mais linda história de amor. Nem tempestade, nada, abalará um amor destinado. Acredito no amor, nos momentos que nos tiram o fôlego, nas cartas de amor presas numa caixa empoeirada, no amor para a vida toda.

Bruno G. Weldt

29 de jun. de 2011

Eu e Tu



Acredito em você, acredito em nós. Acredito em dois corações perdidamente acesos ao amor intenso. Quando estou contigo todos os sonhos são possíveis, alcanço o impossível. Nós ali, envolvidos entre lágrimas e sorrisos, somos uma só força, um só destino.

Adoro contemplar a tua face, parece que a erosão do tempo não chega até você, continua perfeita. Adoro o teu riso cintilante. Adoro o teu perfume, sou viciado na tua companhia. Contigo ao meu lado sou simplesmente feliz.

Estou entregue aos teus braços, assim como o sol se entrega à humanidade, como criança indefesa. Juntos descobriremos o oculto, decifraremos o indecifrável. Acredito na chama perpétua do nosso sentimento puro.

Bruno G. Weldt