8 de jul. de 2011

Meu Tormento



Quando você morreu, não foi sozinha, levou a minha vida juntamente com a sua. Os meus sonhos, desejos, foram contigo para a eternidade. Eu não vivo mais, eu parei no tempo, eu morri contigo.

Ando pela casa perdido em pensamentos de minha amada. Sem a tua presença a casa é vazia. Estou sem rumo, sem fome, sem forças para continuar caminhando nessa estrada escura que me consome. Todas as partes da casa ficaram com pedaços teus e eu te vejo em todos eles. Na sala estão os nossos retratos, da lua-de-mel, de passeios que fizemos quando ainda não éramos casados, por vezes eu os aperto contra o peito. O coração parecendo saber quem está na fotografia, acelera sem parar. Você estava linda princesa, em todas as fotos. Os teus olhos azuis cristalinos, o teu cabelo loiro que bailava com a brisa do mar, o teu sorriso cativante.

As lágrimas cobrem todo o meu rosto, a dor sufoca o grito de revolta dentro de mim. Eu choro como criança que procura abrigo em braços desconhecidos. Eu choro por você que se foi tão jovem, pelo nosso amor reclamado injustamente.

No nosso quarto estão todas as tuas vestes, desde quando você se foi em nada foi mexido. As tuas roupas exalam o teu aroma, tão suave, tão jovem, tão inesquecível. Eu não sou capaz de tirar elas dali, elas pertencem àquele espaço, ao teu espaço, eu respeito.

Eu sei que você está aí em cima, no manto que se estende sobre mim, a vigiar todos os meus passos e me protegendo dos fantasmas da noite. Eu sei que me ouve quando chamo pelo teu nome em casa, de resposta só tenho o eco da minha voz. No fundo eu sei, que as minhas lágrimas simbolizam o amor eterno que sempre prometi.

Por agora continuo te procurando pela casa, lavado em lágrimas, esperando ver o corpo que foi meu tantas vezes desfilando pelo piso frio. Como queria estar dormindo um sono agitado, profundo, e quando acordasse tudo não passasse de um pesadelo.

Bruno G. Weldt

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