14 de set. de 2011

Comparações



Vezes sem conta ficava na janela do meu quarto a contemplar o céu infinito que se estendia sobre mim. Apreciava um bando de pássaros que atravessava o céu, indo para lugar algum. O canto dos pássaros que inundava os meus ouvidos. O sol que caminhava vagarosamente para ser observado pelos olhos da humanidade. As gotas de orvalho sobre as plantas, as borboletas voando dispersas por todos os cantos. Na rua, os humanos em conversas indiscretas (outras vezes não), lutavam para garantir o pão na mesa. As crianças a caminho da escola gritavam e pulavam, não sei se de felicidade ou por desespero.

São lembranças que guardo comigo desde sempre. Na minha infância abundam momentos assim. Talvez sejam as recordações mais cravadas em mim, mais próximas. Recordações que quero transmitir para os meus filhos. Dias felizes, alheio a tudo e a todos ao meu redor. Dias felizes de coração intocável.

Agora, nos dias atuais, não dou mais tanto valor a esses momentos. Por quê fiquei apaixonado e levaram o meu coração. Por quê olho para o céu, para as aves e nada chega aos teus pés. Por quê nada mais faz sentido, tudo é insignificante comparado contigo. Contemplar o céu? Os traços do teu rosto são muito mais delicados e perfeitos. Os cantos dos pássaros não se comparam à tua voz que embala o meu coração. As aves que cruzam o céu, não se comparam ao dia em que ambos os corações se cruzaram. Mas assim como as crianças vão e voltam, você foi e não voltou.

Bruno G. Weldt

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