20 de out. de 2011

Partida



Caminho pela praia, com a areia quente a deslizar sobre os meus pés. Só aqui encontro o que procuro: paz para poder refletir. Caminho para o mesmo lugar de sempre, ele está vazio, parece que só eu quero quietação por aqui. Paro, perco o olhar no horizonte, respiro como se fosse a última vez e sento. Sento no mesmo lugar em que avistei Sarah pela primeira vez.

Mas ela partiu, fazendo com que o meu coração fique feito em pedaços. Pedaços de dor, de lágrimas, de sorrisos. O meu coração está cativo, humilhado, mas fiel. Eu preciso do teu olhar para me levar além. Eu preciso da tua boca para saciar o meu desejo. Preciso ouvir a tua voz inconfundível, para descansar como criança.

As lágrimas descem pelo meu rosto e são devoradas pela areia. No horizonte, um pequeno barco navega lentamente, uma insignificância no meio da imensidão.

Você nunca irá saber que estive por aqui, no local do nosso primeiro encontro. Você nunca saberá que neste momento choro intensamente pela tua partida. Assim como nunca compreenderá, que quando desapareceu naquele avião, o meu coração ficou sobre as tuas roupas, fechado naquela maldita mala.

Bruno G. Weldt 

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