20 de nov. de 2014

Dia Fatídico - Parte II



Caminho cauteloso por entre as folhas secas do chão lúgubre. Dentro de mim, o coração acelera e se desespera. Sei pra onde ir, sei exatamente o lugar onde você dorme um sono eterno. Então me deixo ir, guiado pelo assobiar do vento  que dança por entre árvores, dispersando as folhas ao meu redor.

Trouxe rosas, vermelhas e lindas, as suas favoritas. Então quando vejo teu nome cravado numa pedra insignificante, a força que eu julgo sempre ter, se esvai. As lembranças contidas em lágrimas eternas, deslizam pelo meu rosto derrotado. Eu me dobro e sem forças, caio de joelhos na terra que oculta teus restos. Toda esta cena parece tão irreal! Eu não deveria estar aqui, não é certo! Não é justo te trazer rosas sem poder receber um beijo teu. Sem poder contemplar os teus olhos azuis, sem poder sentir o aroma suave dos teus cabelos. Eu me sinto sendo devorado, sendo consumido por uma dor maior do que eu. Eu grito teu nome, não me importando com quem está ao meu redor. Eu imploro para que volte, que me abrace e se entregue. Com os punhos cerrados, bato no chão que me sustenta, como uma criança que acabou de perder um doce, desesperada. Meu doce é você, meu amor, minha vida.

- É difícil, não é? - uma voz se sobressai por cima dos meus ombros. Assustado, enxugo as lágrimas e olho para cima. Acima de mim, está uma mulher alta, com os olhos vermelhos, emocionada. Logo um sorriso surge na cara séria e eu me sinto envergonhado.

- Quem é você? - pergunto, disfarçando a dor dentro de mim.

Bruno G. Weldt 

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